quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Hoje conheci um escritor francês





Arranjei umas horas para fazer em casa de uns senhores em frente ao lar onde trabalho, comecei hoje. E foi ao sair de casa deles que fui apresentada ao Sr. Olivier Ikor, romancista, escritor, antigo jornalista, vive agora em Portugal há cerca de uma dúzia de anos. Segundo as suas palavras “ Lisboa é a mais bela cidade para escrever.” Conversei um pouco com ele, é muito simpático, ofereceu-me dois livros, “Caravelles - le siècle d’or des navigateurs portugais”  e o seu mais recente romance que vai sair em França agora em Março, “Les quatre journées d’Amerigo Vespucci”. Fiquei de os ler e de lhe dizer o que acho, pediu para eu ser simpática na avaliação. Eu respondi que não poderia ser de outra maneira.





terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Coisas de canalha

Há algum tempo atrás fui buscar a minha filha mais nova à escola para almoçar, como sempre estava a jogar à bola. Quando me viu veio ter comigo a coxear e a dizer que lhe doía a perna. Eu perguntei-lhe como era isso possível se ela andava a correr e eu tinha acabado de ver! Ela respondeu: «Mas dói-me. Os gagos quando cantam também não gaguejam, pois não?!»





Também gosto muito desta

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Que paciência...


Que era preciso aos domingos de manhã enquanto esperávamos pelos desenhos animados! Primeiro a missa, depois o 70x7 para não falar do TV rural!


domingo, 26 de fevereiro de 2012

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Pizza com fiambre e mozzarella




Ingredientes

Para a massa:

- 1\2 Kg de farinha
- Fermento de padeiro
- Um copo grande de água morna
- Sal a gosto
Amassar tudo muito bem e deixar levedar durante 45 minutos.

Para o recheio:

- Molho de tomate
- Fiambre
- 2 mozzarellas
Estender a massa num tabuleiro untado com azeite, espalhar o molho de tomate por cima, por o fiambre e por fim as mozzarellas cortadas em rodelas finas. Por azeitonas se gostar. Vai ao forno durante 30 minutos.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Lindo...




"Os pássaros cantam depois de uma tempestade. Porque não haviam as pessoas de se sentirem livres para se deleitarem na luz do Sol que lhes resta?"

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Quarta-feira de cinzas




A quarta-feira de cinzas é o primeiro dia a seguir ao carnaval; o primeiro dia da quaresma. Neste dia costumava-se guardar o jejum. Agora já não sei. Na verdade hoje não sei muita coisa, sinto-me também em dia de cinzas.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Casamentos de segunda-feira do Entrudo





Em Martim sempre se brincou muito ao Carnaval, houve sempre muitas brincadeiras típicas; com o tempo também elas foram desaparecendo. Uma delas era brincar aos casamentos. Juntava-se um grupo de pessoas, normalmente as mais brincalhonas, e faziam uma lista com versos onde casavam todos os rapazes e raparigas solteiros da aldeia. Na segunda-feira de carnaval à noite toda a gente vinha para a rua para ouvir os casamentos, principalmente os mais novos. O grupo que fazia os casamentos ia para o cima do povo, e um deles com um funil começava a cantar os versos:

“ Rapazes e raparigas uma coisa vos vou dizer
Ó que rico casamento eu agora vou fazer.”

A seguir vinha o verso que casava os noivos, normalmente começavam numa ponta da aldeia e davam a volta.

“ O menino Manuel por ser um rapaz atento também o vou casar com a Maria filha do Zé Bento.” Bota” lá um foguete!”

Alguns dos rapazes mais entusiasmados compravam foguetes e eram sortudas as noivas que os recebiam.

E assim se faziam os casamentos. No dia de carnaval o noivo ia a casa da noiva “botar” as flores e merendar. Claro que havia sempre alguns mais contentes do que outros com o casamento que faziam. Que saudades desse tempo, dessas merendas e desses noivos por um dia.




domingo, 19 de fevereiro de 2012

Domingo Gordo


Domingo de carnaval, neste dia era hábito os jovens juntarem-se em grupos e irem para os montes festejar com um lanche; levavam enchidos para assar, entre outras coisas. Alguns iam vestidos de caretos (máscaras de carnaval). O último ano que me lembro de festejar este dia foi em 1987, com duas amigas. Enquanto que um grupo foi para o monte, nós as três fomos para uma casa abandonada onde acendemos um lume, assamos chouriços e contamos anedotas.


sábado, 18 de fevereiro de 2012

Admite lá

Sopa de feijão branco e couve-flor gratinada






Ingredientes

- 5oogr de feijão branco cozido
- 3 Cenouras grandes
- 2 Cebolas
- 1 Nabo
- Espinafres ou nabiças a gosto
- Sal, azeite e meio knorr de legumes

Por metade do feijão numa panela, juntar as cenouras, cebolas, nabo e temperos. Deixar cozer durante meia hora e depois reduzir a puré. Juntar o resto do feijão e a hortaliça e deixar ferver mais 5 minutos.



Ingredientes

- 1 Couve-flor cozida al dente
- Fiambre a gosto
- Queijo ralado
- Molho bechamel (meio litro de leite, 1 pacote de natas, 2 c. sopa bem cheias de farinha, 1 c. sopa bem cheia de manteiga, sal e pimenta preta q.b. Põe-se a manteiga de seguida a farinha mexendo bem por causa dos grumos, de seguida o leite, tempera-se, põe-se as natas e mexe-se bem até levantar fervura).
Num tabuleiro põe-se um pouco de bechamel, a couve-flor, o fiambre, cobre-se com o resto de bechamel; põe-se o queijo ralado por cima e vai ao forno bem quente durante 20 minutos.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Vergílio António Ferreira



“O tempo que passa não passa depressa. O que passa depressa é o tempo que passou.”

“Porque o que mais custa a suportar não é a derrota ou o triunfo, mas o tédio, o fastio, o cansaço, o desencorajamento. Vencer ou ser vencido não é um limite. O limite é estar farto.”

“A paz. Procura-a. Mas uma paz que te trespasse todo e não a que te descanse apenas a superfície como a um pedinte que dorme num banco de jardim.”

“Ama o próximo como a ti mesmo. É um grande risco. Eu, por exemplo, detesto-me.”

“O mais importante não é ter inteligência, mas aquilo a que se há-de aplicar. Simplesmente para isso também ela é precisa.”


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Pedir a bença





Ainda sou do tempo em que os filhos pediam a bença (bênção) aos pais, principalmente ao pai. Todos os dias quando se via o pai pela primeira vez dizia-se “ a bença meu pai” e dava-se um beijo na mão dele. Para nós era mais um momento de respeito e também um contacto de carinho com o nosso pai.



terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Matar o bicho




Ou seja, quebrar o jejum. Em Martim diz-se: mata-bicho ou matabichar (pequeno almoço), jantar (almoço) e ceia (jantar).

Um dia um primo meu de Lisboa foi passar férias a Martim, devia ter 4 ou 5 anos. Uma manhã fomos passear com a mãe dele. Em Martim toda a gente se cumprimenta. Encontramos um senhor que ficou à conversa com a minha tia até que disse:
 - Bom, deixa-me lá ir matar o bicho. E foi-se embora.
O meu primo começou a chatear a minha tia porque queria ir atrás do senhor, e dizia:
- Anda mãe, vamos ver o bicho que o senhor vai matar!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Pronto, fui lá!





O portão estava fechado à chave. Saltei o muro e fui ao quintal do meu vizinho falecido. Apanhei a roupa do chão, tirei o calçado e os guarda chuvas e arrumei tudo num saco;  pus dentro da carreta que está em frente à garagem. Sinto-me melhor; passou aquela agonia; aquela sensação de estar tudo à espera. Agora quando olho, a casa parece normal.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Simone de Beauvoir




“ Aí está o que eu considero
A verdadeira generosidade.
Dar tudo de si e sentir sempre
Que não custou nada.”




sábado, 11 de fevereiro de 2012

Carbonara




Ingredientes

- 350gr de esparguete
- 100gr de bacon
- 1 peito de frango cortado em cubos
- 100gr de cogumelos
- Azeite, sal, pimenta preta e parmesão a gosto
- meio pacote de natas
- 4 gemas de ovo


Numa frigideira põe-se o azeite e frita-se o frango, o bacon e os cogumelos com sal e pimenta. Põe-se o esparguete a cozer em água abundante com sal. Escorre-se o esparguete e mistura-se o conteúdo da frigideira mais as 4 gemas mexidas previamente com as natas. Mexe-se bem sem voltar a ir ao lume. Polvilha-se com o queijo parmesão e está pronto.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Subir e descer as escaleiras a correr

Por volta dos meus cinco, seis anos eu e a minha irmã íamos brincar para casa da nossa tia. Uma tarde deu-nos na cabeça para começar a subir e a descer as escaleiras a correr. Começamos a faze-lo devagar e depois com mais rapidez. Até que a minha irmã pôs um pé em falso, caiu, bateu com a boca e cortou a língua. Foi para o hospital de Vila Real, levou alguns pontos e ficou lá internada. Lembro-me bem de a ir visitar com o meu pai, ela estava deitada e quando nos viu chorou e disse que tinha fome.

O vídeo com a música que vou por a seguir é para ela, foi ela que nos a ensinou quando era pequena e cantava-a sempre.




quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O meu vizinho

A semana passada morreu o meu vizinho. Tinha 66 anos, era Cabo-verdiano e vivia sozinho. Era muito simpático e simples. Na segunda-feira tínhamos estado a conversar sobre a factura da água que tinha sido um exagero este mês. Quarta-feira fui trabalhar e quando voltei na quinta-feira, a minha filha mais nova disse-me: - Morreu o vizinho Sérgio. Eu arregalei os olhos e não me consegui mexer durante uns instantes. Parece que se sentiu mal, chamou um táxi e acabou por falecer já no hospital. O corpo foi para Cabo Verde. Hoje, uma semana depois e sempre que puxo os estores da sala, olho para a casa dele e está tudo parado. É como se a casa tivesse ficado parada no tempo ou tivesse morrido com ele. Não consigo explicar esta sensação esquisita que sinto quando vejo o estendal com roupa, alguma acabou por cair e está espalhada no chão, os sapatos estão à entrada da porta, o guarda-chuva continua pendurado na grade da varanda, tudo… assim, como se estivesse à espera dele. É tão estranho.



terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Canecos, canecos, e mais canecos de água




Se há alguma coisa que toda a gente fez em Martim, principalmente a canalha, há 30 anos atrás, foi acarrar canecos de água. Não havia água canalizada, hoje já há. O fontanário era o único sítio na aldeia que botava água. Durante o Inverno havia água com fartura, por isso ia-se buscar à medida que fosse preciso. Trazia-se os canecos cheios à cabeça; fazia-se uma rodilha, punha-se na cabeça e o caneco por cima. Depois era ver quem conseguia levar o caneco cheio sem mãos. Durante o verão como havia pouca água, o fontanário fechava e só abria umas horas durante a tarde. Logo pela manhã as pessoas iam por os canecos ao fontanário para guardar a vez; ao final da tarde já a fila de canecos e bilhas dava volta à capela nova. E depois era uma aventura, toda a gente se juntava à espera para encher os canecos e para falar uns dos outros. Sabiam-se as novidades, algumas mulheres engaliavam-se e chamavam nomes umas às outras; a canalha aproveitava para apreciar e para brincar. Eu tinha sempre pena quando chegava a minha vez, mas lá enchia o caneco com medo que depois não houvesse água.


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O que me apetecia muito hoje…



Hoje apetecia-me mesmo muito ter 5 ou 6 anos. Ter uma dor de ouvidos terrível. Nessa altura a minha mãe pegava em mim, deitava a minha cabeça no colo dela e, se estivesse a amamentar a minha irmã, punha-me 2 ou 3 gotas de leite no ouvido directamente do peito dela; ou então fervia azeite numa colher no bico do fogão ou nas brasas da fogueira, embebia com algodão em rama e punha-me no ouvido e eu ficava deitada no colo dela à espera que passasse. Também podia ser uma grande dor de dentes e nesse caso era mais durante a noite; chamava por ela dizia que me doía os dentes e ela dizia para ir ter com ela e me deitar ao pé dela; eu deitava-me, encostava-me ao peito dela, ela abraçava-me e eu adormecia assim no conforto dos seus braços. Queria tanto ser pequenina hoje e que me doessem os ouvidos ou os dentes…


sábado, 4 de fevereiro de 2012

Tortelinis com molho de tomate





Ingredientes para 4 pessoas

- 2 embalagens de tortelinis de espinafres e queijo
- 1 lata de tomate pelado das grandes
- azeite, sal, pimenta preta e manjericão fresco a gosto
- queijo parmesão ralado


Prepare o molho de tomate pondo o azeite a aquecer, de seguida junte a lata de tomate, sal, pimenta, manjericão e deixe ferver 15 minutos. Ponha os tortelinis a cozer em água abundante com sal, escorra e misture no molho de tomate. Polvilhe com queijo parmesão. Se estiver com pressa coza os tortelinis directamente no molho de tomate durante meia dúzia de minutos, fica ligeiramente mais seco mas igualmente saboroso.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Este livro




Acabei de o ler ontem à noite. Gostei muito. Ainda não tinha lido nada do José Luís Peixoto, fiquei fã. Este livro apresenta uma selecção de textos escritos nos últimos dez anos. Gostei muito do “A voz que oiço quando leio”, emocionei-me com “O escritor sem caneta” e não tenho palavras para o “Papel, pedra, tesoura”.
Hoje, se eu fosse escritora como o José Luís Peixoto, era capaz de escrever um texto mais ou menos assim:
Eu hoje, não sou o eu de ontem, nem o da semana passada, nem o do mês passado. Eu hoje, também não sou o eu de amanhã, nem o de depois de amanhã, nem sequer o do mês que vem. Eu hoje, sou eu hoje. Com sonhos, com dores, com alegrias, com lembranças e com um caminho para andar. Gosto do eu de hoje ter um caminho para andar, desconhecido, mas um caminho para andar, sem pressa, com calma, devagar.
Mas como sabem não sou escritora.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Desejem-me sorte


Hoje não me sinto muito inspirada, as recordações embrulham-se todas na minha cabeça e não consigo separa-las. Estou à procura de trabalho. Não, não fiquei desempregada, continuo na APPACDM mas preciso de arranjar mais um trabalho. Vou sair agora para a Santa Casa da Misericórdia em Lisboa na rua da Trindade, para entregar uns quantos documentos que eles me pediram para me inscrever no apoio domiciliário; por isso desejem-me sorte.







quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Primeiros meses em Paris























Os meus primeiros nove meses em paris foram sossegados. O casal para casa de quem fui trabalhar era muito simpático; ele era português mas estava em Paris desde pequeno, ela era francesa, os dois filhos, um rapaz de 6 anos e uma rapariga de 2, eram queridos. Viviam em Paris 20, perto do cemitério “Père-Lachaise”. Fui trabalhar interna e pela primeira vez tive um quarto só para mim, no sótão. Depois de ajudar a deitar os meninos ia para o quarto ouvir musica e escrever cartas até às tantas, ou então de vez em quando via televisão com eles, foi lá que vi o filme “Alien”. Sentia-me bem, tinha saudades dos meus pais e das minhas irmãs mas estava contente. Passados 3 meses de lá estar já falava correctamente o francês. No jardim para onde ia todos os dias de tarde passear com a menina comecei a fazer algumas amizades; conheci uma rapariga belga um pouco mais velha do que eu que trabalhava ali mas vivia fora de Paris com o companheiro; ela gostava muito de tirar fotos, queria ser fotógrafa. Foi com ela que em Maio de 1988 fui passear por Paris pela primeira vez e me apaixonei perdidamente pela cidade.