terça-feira, 26 de junho de 2012

Acabei de ler



Um Violino na Noite é um romance que nos fala de obsessões, vulnerabilidades, paixões e escolhas. A história envolve completamente o leitor, tornando este novo livro de Jojo Moyes uma leitura compulsiva e irresistível.



" (...) Quando eu era pequena, pensava que uma casa era simplesmente uma casa. Um lugar onde comíamos, brincávamos, discutíamos e dormíamos, quatro paredes dentro das quais exercíamos o ofício de viver. Nunca reflecti muito sobre o assunto.
Muito mais tarde, aprendi que uma casa podia ser muito mais do que isso - que podia ser o culminar dos desejos de uma pessoa, um reflexo de como se viam a si próprios, de como desejavam ver-se a si próprios, que podia levar as pessoas a comportar-se de uma forma que as desonrava ou envergonhava. Aprendi que uma casa - apenas tijolos, argamassa, madeira, talvez uma pequena extensão de terra - podia ser uma obsessão.
Quando deixar de viver com a minha família, quero alugar casa."

sábado, 23 de junho de 2012

FÁTIMA é mesmo "pequenino"



Fui hoje pela primeira vez a Fátima. Como este ano o passeio da catequese da canalha foi lá, aproveitei e fomos todos. No inicio elas não queriam muito ir, mas hoje no regresso vinham contentes e agradadas. Imaginava que o santuário fosse maior; não que seja pequeno mas quando me vi diante dele dei-me conta de que não tinha nada a ver com a ideia que eu fazia, porque apenas o tinha visto na televisão por altura do 13 de Maio. No entanto senti muita paz e serenidade, estava tudo muito calmo e não havia muita gente. As raparigas passearam com os amigos durante a maior parte do tempo e o pic-nic foi muito agradável. Foi um dia muito bem passado.


















sexta-feira, 22 de junho de 2012

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Tristemente surpreendida



Hoje, e por duas vezes, fiquei tristemente surpreendida. Pela primeira vez cá em Portugal vi duas mulheres, em locais diferentes ( Lisboa e Malveira) à procura de comida em caixotes do lixo. Se tivesse visto só a primeira pessoa que foi em Lisboa, não teria ficado tão chocada como fiquei quando vi a segunda ao final da tarde na Malveira. E foi isso que me chamou a atenção e me deixou pensativa e taciturna.

Certamente, esta crise que estamos a atravessar não é apenas algo de longínquo e imaginário mas algo de concreto e tão próximo de nós que começamos a dar-nos conta que  pode atingir qualquer pessoa ou familia, incluindo nós mesmos.


terça-feira, 19 de junho de 2012

A sétima ond@



Como já referi este livro é a sequela de “Quando sopra o vento norte”. Acabei de ler. Adorei: é simples, inteligente, divertido e cativante.
“Pensas que não te vejo, que não te sinto. Engano. Puro engano. Quando te escrevo, seguro-te bem junto a mim.”
" (…) Uma semana depois
Assunto: A sétima onda
Olá Leo. Estou sentada na minha varanda na Playa de Alojera em La Gomera a olhar para a baía de pedra com os seus pontos de areia escura e línguas de sal brancas com espuma que entram pelo mar adentro e mais além, até à linha do horizonte que separa o azul-claro do azul-escuro e o céu da água. Sabes como isto é bonito? Vocês têm de vir cá um dia. Este lugar parece ter sido criado para recém-apaixonados.
Porque te escrevo? Porque me apetece. E porque não quero esperar calada pela sétima onda. Sim, aqui conta-se a história da intransigente sétima onda. As primeiras seis são previsíveis e equilibradas. Elas necessitam umas das outras, formam-se umas sobre as outras, não trazem quaisquer surpresas. Mantêm a continuidade. Seis tentativas, tão diferentes ao vê-las ao longe, seis tentativas – e sempre o mesmo objectivo.
Mas atenção à sétima onda! É imprevisível. Durante muito tempo é normal, desenrola-se numa sequência monótona, adapta-se à anterior. Mas por vezes rebenta. Sempre apenas ela, sempre apenas a sétima onda. Ela é despreocupada, inofensiva, rebelde, varre tudo e constrói tudo de novo. Para ela não há um antes, apenas um agora. Depois dela tudo é diferente. Melhor ou pior? Só alguns podem julgar, aqueles que foram apanhados por ela, que tiveram a coragem de se entregar a ela e de se deixar enfeitiçar.
Estou aqui sentada há uma hora, a contar as ondas e a observar o que fazem as sétimas. Ainda nenhuma delas rebentou. Mas estou de férias, sou paciente, posso esperar. Não desisto da esperança! Aqui na costa ocidental sopra mais forte o vento sul quente. (…) "


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Momentos de lazer

Hoje era dia de limpar a cozinha a fundo mas resolvi trocar as voltas ao dia. Primeiro cinema com a Inês: "A Branca de Neve e o Caçador", adorei o caçador! Deixo aqui o trailler.





Depois um pequeno momento de leitura (livro que comprei depois do cinema e que é a parte dois de "Quando sopra o vento norte") perto das minhas curgetes e alfaces. Habituei-me recentemente ao chá de alface, à sopa de alface e à salada de alface;  por isso nada mais natural do que plantar alfaces para não correr o tempo todo para o supermercado e também porque me sinto bem rodeada delas. Costumo tratá-las descalça para sentir a energia da terra. E caso me esqueça de um marcador de livros, posso sempre usar uma folha da ameixoeira!

















E para acabar os momentos de lazer nada melhor do que ouvir a música que não me sai do pensamento por estes dias.





sábado, 16 de junho de 2012

Concurso de sobremesas



Hoje houve um almoço de confraternização para comemorar os 50 anos da APPACDM (Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental) feitos a 2 de Fevereiro de 2012. Este almoço realizou-se na Costa de Caparica, na Quinta dos Inglesinhos. Estiveram presentes uma boa centena de pessoas e foi bastante agradável. Propuseram um concurso de sobremesas que tanto podia ser individual como colectivo. Houve 14 participações, uma das quais do Lar da Penha de França, onde eu trabalho. Quando a nossa chefe perguntou o que poderíamos fazer, sugeri que se fizesse uma coisa simples: gelatina com natas e chantilly. Acharam simples demais, mas eu insisti e disse que se levássemos essa sobremesa ganharíamos pelo menos um terceiro lugar. Deixo aqui este registo e o diploma porque conseguimos mesmo o terceiro lugar! Tão bom!

Só porque me apetece

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Mãezinha faz lasanha p'ró jantar...

foto by Inês



As minhas filhas pediram lasanha para o jantar. A mais velha queria de espinafres e a mais nova de bolonhesa; claro que fiz a vontade às duas! Mas quem se regalou fui eu que comi um bocadinho de cada uma.
Ingredientes:
- 200 gr de carne picada
- molho de tomate
- 200 gr de espinafres
- molho branco (bechamel)
- 3 mozarelas
- massa lasanha
- azeite,  cebola, alho, manjericão, sal e pimenta a gosto
Preparação:
Fazer um refogado com a cebola e o alho, juntar a carne picada, temperar e deixar cozinhar 10 minutos. Fazer o molho de tomate: azeite bem quente, acrescentar os tomates, sal pimenta e manjericão, deixar ferver 10 minutos e de seguida misturar a carne picada (se a carne tiver suco tem que escorrer para o molho ficar mais vermelho), deixar levantar fervura e retirar do lume. Para o molho branco: 50 gr de manteiga, 3 colheres de sopa bem cheias de farinha e 1litro de leite. Deixar derreter a manteiga, juntar a farinha, mexer bem e de seguida juntar o leite e continuar a mexer até levantar fervura. Retirar do lume. Em azeite e alhos esmagados refogar bem os espinafres (que podem ser congelados). Num pirex pôr uma camada de bechamel, uma de lasanha; em metade do pirex ponha bolonhesa e na outra metade espinafres, mais uma camada de lasanha, outra de bechamel com uma mozarela e meia cortada as rodelas por cima. Voltar a repetir a operação e vai ao forno durante 25 a 30 minutos. Bom apetite!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

6ª Etapa, Padrón - Santiago de Compostela (22 km = 29.333 passos)



25 de Maio de 2012, sexta-feira
Depois do agradável e saboroso repasto fomos todos descansar. Aqui começaram também as despedidas uma vez que alguns iam sair mais tarde e ficar no albergue de Teo. Eu e a Helena combinámos sair às 5h30 da manhã para podermos chegar juntas a Santiago, uma vez que eu tinha que apanhar o comboio das 16h30 para Vigo e dai para Valença onde ia passar a noite.
Por volta das 6h tomámos o pequeno-almoço e o Michel juntou-se a nós nesta altura. A seguir retomámos o caminho que até ao santuário mariano de A Escravitude (séc. XVIII). Até este lugar o caminho é plano mas a partir daqui começa uma subida até à pitoresca aldeia de Angueria de Suso. De seguida tivemos de vencer várias subidas e descidas até à grande descida do rio Sar; por fim existe uma íngreme subida que nos leva até Santiago. Neste trajecto caminhámos alternadamente por diferentes tipos de piso: terra batida, gravilha e asfalto (estrada nacional 550). Durante esta última etapa conversei bastante com o Michel sobre as nossas vidas, o que me fez muito bem e nem demos conta pelos quilómetros a passar. Conhecemos um senhor francês dos arredores de Paris e mais tarde o Paulo, a Pia e o Michael juntaram-se a nós.
Almoçámos por volta das 14h já em Santiago e de seguida fomos para a Catedral e dai para a Oficina do Peregrino a fim de obtermos a Compostela.


  




 
   








  





Com a Compostela na mão chegou a hora da despedida, confesso que fiquei com o coração pequenino. Despedi-me da Helena com um grande abraço e disse-lhe que afinal sempre tínhamos quebrado a ”maldição”, ela respondeu que sim e que ficava à minha espera em Estocolmo para fazermos um cruzeiro. A seguir foi a vez do Paulo, da Pia e do Michael. Quando cheguei ao Michel ele disse que me acompanhava até à estação. Fiquei emocionada. A caminho da estação encontrámos a Margaret e a Marion que me disseram mais uma vez que a noite anterior tinha sido fantástica. No meu rudimentar inglês só consegui dizer “happy life” ao que elas responderam com uma sonora gargalhada “yes, yes, happy life”.
Quando eu e o Michel nos despedimos com um grande e reconfortante abraço ele disse-me que me desejava tudo de bom e que apesar de não saber o que me ia acontecer tinha a certeza de que ia correr tudo bem porque eu era uma pessoa que me sentia muito à vontade e segura na vida.   



quarta-feira, 13 de junho de 2012

Em Padrón




Depois da chegada e de ter tomado banho fui para os dormitórios com a Helena para furarmos com agulha e linhas algumas bolhas e fazer uma massagem aos pés. Enquanto combinávamos sobre o que era preciso comprar para o jantar o nosso vizinho do beliche, o Filipe, que por acaso era francês, também conhecido do Michel e que fazia o caminho com um amigo chamado Jean Claude, ouviu a nossa conversa e perguntou se podiam juntar-se a nós. Depois de dizer que sim tivemos uma breve conversa onde ele me falou da “Pedronía” que é uma credencial atribuída a quem visita alguns dos locais onde pregou o Apóstolo e onde aportou a barca que transportou o seu corpo no século I (pelos discípulos Teodoro e Atanásio) desde a Palestina (Jaffa) até esta vila de Padrón. Entretanto chegou o Patrick com as duas amigas holandesas e disseram que tinham muito gosto em se juntar a nós e que ajudavam a fazer as compras; combinámos então encontrarmo-nos às 16h em frente ao albergue.
Saí com a Helena para passearmos e comermos alguma coisa; esta minha amiga tinha sempre um bom apetite! Pelo caminho encontrámos a Pia e o Michael a quem falámos do jantar e que se juntaram ao grupo. Mais à frente encontrámos ainda a Ute e o Klaus que fizeram a mesma coisa. Combinámos com estes às 18h30 no albergue.









Tal como combinado encontrámo-nos e fomos às compras para fazer o jantar para 15 pessoas. Foi divertidíssimo. A princípio estava a pensar comprar bacalhau congelado mas para meu grande espanto e gáudio encontrei bacalhau fresco demolhado, um verdadeiro achado; só não encontrei os coentros e usei salsa.
Enquanto fazíamos as compras encontrei um peregrino que já conhecia de vista, o Zeca (brasileiro) e que conversava com os franceses que foram às compras comigo; comecei a falar com ele em português e assim sem mais nem menos disse-me que era espírita e se eu já tinha ouvido falar do Paulo Coelho (não tinha eu ouvido falar de outra coisa!). Disse-lhe que por acaso tinha levado comigo um dos livros dele (O Aleph); foi então que ele contou que depois de chegar a Santiago ia voltar a Lisboa e ia ficar em casa duma amiga que ele julgava ser a suposta sexta mulher  das oito do Paulo Coelho, pois neste livro ele já tinha encontrado cinco. Pensei “socorro, tenho de sair daqui antes que ele pense que eu sou a sétima!”; valeram-me os meus companheiros que me tiraram dali para acabar de fazer as compras.


De regresso ao albergue passamos pela igreja de Santiago para ir buscar a Pedronía e carimbar a credencial.





Enquanto uns preparavam as mesas, outros lavavam a salada, outros preparavam a entrada (queijo fresco, azeitonas, pimentos de Padrón, pepinos e pão) e outros conversavam, eu só tinha que fazer o arroz de bacalhau.



Entretanto chegaram o Zé António e o Toninho que iam preparar o jantar deles e sem estarem à espera se juntaram a nós; ficámos assim no total dezassete. Com o que tinham comprado, o Toninho fez uma entrada de cogumelos, cebolas e pão de forma torrado que ficou de comer e chorar por mais.
Toda a gente gostou do jantar mas acredito que o que realmente todos apreciámos mais foi o convívio e a alegria partilhada.
A dado momento o Michel disse-me que era engraçada a naturalidade e espontaneidade como eu me movimentava na cozinha, quase como se parecesse a mãe deles. Perguntou-me ainda se eu tinha a noção de que tudo aquilo se devia à minha iniciativa, ao que eu respondi que só tinha feito o arroz.

Uma das coisas que me deixou mais sensibilizada foi um abraço que me deu o Michael (o alemão tímido, quase sempre de olhos no chão) e que me pareceu do mesmo tamanho e beleza do Caminho Português.

E quando já no final o Patrick me disse que era extraordinária esta alegria que tenho de viver e que nunca, mas nunca deixasse que nada ma tirasse porque era ela que me fazia brilhar, foi neste momento, rodeada daquelas pessoas tão simples e simpáticas, que encontrei o meu lindo oásis.