quarta-feira, 29 de maio de 2013

Quinhentos escudos



Todos nós temos aquelas nossas histórias que tiramos sempre cá para fora, como os mágicos tiram coelhos da cartola, sem motivo aparente. A minha preferida é a da nota de 500$00. Há vinte anos atrás, no inicio da semana, punha uma nota destas na carteira com mais alguns trocados e tenho a noção de chegar a sexta-feira com ela intacta! Faço então a comparação: "agora com € 2,50 o que é que eu posso comprar?" - "dois pães saloios fatiados!". Quando aborreço a minha mãe com esta história, o que faço desde que o escudo passou a euro, ela contrapõe "quando eu era rapariga nova ia à feira de Murça com cinco coroas (2$50), trazia um saco de serapilheira cheio de coisas e ainda trazia troco!" Claro que depois de a ouvir fico sem argumentos, o que não me impede de ter saudades da minha nota de quinhentos!



terça-feira, 28 de maio de 2013

Feu rouge!




Em frente ao sinal vermelho o meu coração começou a bater forte, como batem os tambores numa festa de foliões. Normalmente não é este o caminho que costumo fazer ao sair do trabalho, mas hoje dei boleia a uma colega. Passava das nove da noite quando cheguei a um dos semáforos do Campo Grande. Ainda estava à  espera que o sinal ficasse verde quando vi alguns condutores a avançarem, enquanto outros buzinavam. Por momentos senti-me perdida, como a Alice no País das Maravilhas; tinha uma vaga ideia de que este sinal era demorado, por isso não percebi se buzinavam para os que avançavam com o vermelho ou se para mim que não me mexia! Foi nesse momento que comecei a ficar nervosa, que o meu coração começou a crescer e que o sinal passou a verde. Avancei, então, com toda a calma enquanto que o barulho dos tambores ia ficando para trás. Senhores automobilistas quando depararem com situações como estas, em que um carro fica parado em frente ao "feu rouge" tenham a amabilidade de passar por cima, de passar por baixo, de passar pelos lados mas por favor não chateem nem perturbem quem não quer avançar.


domingo, 26 de maio de 2013

Bilhete de Identidade




Assim se chama o livro que ando agora a ler. Nada de muito complicado. São simplesmente as memórias de Maria Filomena Mónica. E para melhor as apreciar fui  lê-las à beira-mar. Só recentemente é que ouvi falar destas memórias e de como geraram  polémica quando foram publicadas. Estou a gostar. Quem sabe se não me inspiro nelas para escrever também as minhas?!


sábado, 25 de maio de 2013

Um saboroso empadão de delícias do mar que “virou” massada de peixe



Com um sorriso e uma calma que me são muito habituais nos dias de festa ou quando recebemos gente para comer no lar, abri a porta do frigorífico e fiquei de boca aberta! No lugar onde deviam estar os tabuleiros com um empadão de delícias do mar vi apenas uma dúzia de postas de peixe cozido e um arroz branco, sem graça nenhuma, para acompanhar. Já a contar com os convidados, havia vinte e duas pessoas para jantar!
Tinha sido tudo organizado com quinze dias de antecedência; tinha-se consultado a ementa da Eurest com finalidade de se aproveitar o que já estivesse programado para esse dia; suprimiu-se a sopa, optou-se por uma entrada de tostas de orégãos com tomate frito e manjericão; de seguida o empadão com uma salada de alface, temperada com coentros, azeite, sal e um pouco de vinagre; para finalizar, a sobremesa (uns crepes acompanhados de gelado e nutella, de comer e chorar por mais). Ficou também acordado que no dia do jantar eu me encarregava de comprar o que fosse necessário.
Fecho o frigorífico a toda a pressa e corro para o escritório para contar à minha chefe tão decepcionante descoberta, ao mesmo tempo que penso numa alternativa. A caminho olho de esguelha para a bancada onde estavam espalhadas as compras que eu tinha carregado pelas escadas até ao segundo piso; entre elas havia cinco quilos de tomate cacho, um molho de manjericão fresco, rúcula e coentros para a salada. Tento imaginar uma maneira de modificar a ementa com aquilo que ali tinha. Uma vez que ela estava ao telefone, fiz-lhe sinal e por gestos disse-lhe que não havia empadão! Continuou ao telefone por mais 10 minutos, ao fim dos quais veio ter comigo, de mãos ao peito, para me dizer que por pouco não lhe deu uma coisinha má!
Depois de darmos algumas voltas percebemos que tinha havido confusão entre as ementas normais (empadão) e as ligeiras (peixe cozido). Em conversa sugeri, então, que se aproveitasse o peixe para se fazer uma massada, mudando assim a ementa: para entrada seriam servidas as tostas com sopa, aproveitando-se o tomate e o manjericão para juntar ao peixe desfiado e à massa. A sobremesa resistiu heroicamente a tantos percalços, para deleite e proveito de todos.
 A massada, que não estava de todo prevista na ementa, ficou sublime. Correu tudo lindamente. As risadas, o bem-estar e o contentamento de todos nós foram contagiantes. Foi um sucesso e ainda fui elogiada por me ter desenrascado tão bem.






















quinta-feira, 16 de maio de 2013

Um livro diferente e interessante






Quando Charlotte é assaltada e fratura a anca, a sua filha Rose não pode acompanhar o patrão, Lord Peters, a Manchester, por isso a sobrinha dele, Marion, tem de ir no seu lugar; Marion envia ao amante uma mensagem escrita que é intercetada pela mulher… e isto é apenas o início de uma cadeia de acontecimentos que irão alterar várias vidas.

"E esta foi a história. Estas foram as histórias de Charlotte, Rose e Gerry, Anton, Jeremy e Stella, Marion, Henry, Mark, de todos eles. As histórias tão caprichosamente desencadeadas porque, certo dia, algo aconteceu a Charlotte na rua. Porém, claro que este não é o final da história, das histórias. Um final é um dispositivo artificial; nós gostamos de finais, são satisfatórios, convenientes e têm um propósito. No entanto, o tempo não tem um final e as histórias sucedem-se ao ritmo do tempo. De igual forma, a teoria do caos não pressupõe um final; o efeito em cadeia continua, inquebrável. Estas histórias não têm um final; elas seguem em diferentes direcções, cada uma no seu próprio caminho."



terça-feira, 14 de maio de 2013

Lá se vai o meu mealheiro!




Hoje foi dia de chamar o reboque! Como diz o velho ditado: "Há sempre uma primeira vez para tudo." Até correu bem. Estou mais preocupada com o que vou ter que pagar na oficina. E eu que andava tão contente com o meu mealheiro para a feira do livro. Por falar nisso, ainda não ouvi nada a respeito. Alguém sabe quando começa?


sábado, 11 de maio de 2013

Vamos ó mês!



A minha mãe e a minha tia vieram cá passar uns dias, calhou a ser no fim de semana em que também veio a Júlia lá do Lar. Esta tarde estavam a preparar-se para sair quando a Joana lhes perguntou para onde iam:

 - Ó mês! responderam elas.

A Joana muito admirada pensou se iriam ao mês de Junho porque é o que vem a seguir a Maio.

Mas afinal elas iam só mesmo ali à igreja rezar o terço.


quarta-feira, 8 de maio de 2013

O Santiago diz olá!



















Estava aborrecida



Peguei neste livro do Ken Follet e só parei no fim! 

"A fabulosa intriga, passada na Segunda Guerra Mundial, no seio da Resistência francesa, e uma ousada missão fazem desta obra uma das melhores de Follet."

Sinopse

Maio de 1994, duas semanas antes do Dia D: a Resistência francesa empreendeu um ataque falhado a um castelo que alberga uma central telefónica alemã vital para os movimentos das suas tropas. Impõem-se medidas drásticas e Flick Clairet, uma jovem agente britânica, surge com um plano ousado: lançar-se de pára-quedas, em frança, acompanhada por uma equipa exclusivamente feminina (Jackdaws). Objectivo: disfarçarem-se de empregadas de limpeza francesas e... entrarem no castelo. O plano parece ser a única alternativa. O certo é que Rommel nomeou o implacável coronel Dieter Franck para esmagar a Resistência francesa. E ele já tem o seu primeiro alvo: Flick Clairet...


domingo, 5 de maio de 2013

OH!





Acabei de ler o último volume da trilogia de Langani. Ficou a saber-me a pouco! Que pena não haver mais!

"Passado nas regiões selvagens e imprevisíveis do Quénia, Luz Efémera é uma história de coragem, amizade, traição e sacrifício redentor."

"- Doze anos - disse Hannah suavemente. - Faz amanhã doze anos que tive a minha grande festa de aniversário no acampamento do Anthony em Samburu. Parece que foi há uma eternidade. Aconteceu tanta coisa e todos nós enfrentámos privações e acontecimentos trágicos. Mas, apesar de tudo, nós as três, eu, a Sarah e a Camilla, cumprimos a promessa que fizemos em Langani, de que o Piet foi testemunha. Quando fizemos um corte na mão e misturámos o nosso sangue para nos tornarmos irmãs.
 - Repetimos esse voto na praia de Watamu, lembram-se? Na véspera de Ano Novo. A última antes da independência - disse Sarah. - Antes de sermos mandadas para fora.
 - Nessa noite estavas connosco, Anthony. - Hannah estendeu o braço para lhe pegar na mão. - Era tudo tão incerto, as pessoas não sabiam se deviam abandonar o país ou continuar a ter fé suficiente para adoptarem a cidadania. Éramos todos muito jovens e, no entanto, tínhamos a certeza de que íamos ficar, apesar de termos sido obrigadas a passar algum tempo longe daqui. E tínhamos razão. Este país continua a ser o lugar a que pertencemos. É a nossa casa."

" - Não existe nenhuma resposta fácil - disse o padre Andrew. - O sofrimento é muitas vezes incompreensível. Viver em sofrimento torna-nos humildes. Torna-nos mais benevolentes, se assim deixarmos. Extingue as impurezas. Ensina-nos a aceitar-nos e a preocuparmo-nos uns com os outros nas nossas fraquezas porque uma coisa é certa... mais cedo ou mais tarde, estaremos por baixo. Todos nós precisamos de consolação e apoio. A primeira coisa, minha filha, é não julgar. Nunca poderemos saber ao certo o que leva as pessoas a fazer o que fazem. Só Deus compreende o que nunca poderemos ver. Deixe o juízo com ele. Ele sabe como moderá-lo com o amor. E não se julgue também com demasiada severidade. Recorda-se da história da mulher que ia ser morta à pedrada?"


PORQUE ELA É MÃE







" Partiu o pão em dois pedaços e deu-os aos filhos, que o comeram avidamente. «Não guardou nenhum para si», murmurou o sargento. «É porque não tem fome», disse um soldado. «É porque é mãe», disse o sargento."